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Como vencer na economia de APIs

Dez anos atrás, qualquer empresa pequena ou grande sem um website não era vista como um empreendimento sério. Hoje, o mesmo se torna verdade para os negócios que não conseguem tirar vantagem das APIs – esses simples e poderosos bits de código que permitem serviços e aplicações digitais se comunicarem uns com os outros. Empresas líderes em suas indústrias estão reinventando seus negócios em códigos, gerenciando APIs como produto e como núcleo do negócio, ao invés de tratá-las como mais um projeto de TI.

Usuários web e mobile cresceram junto com as APIs, interagindo com elas inúmeras vezes todos os dias, veja só: sem as APIs, a forma transparente como o Google Maps se integra às pesquisas no Yelp seria inimaginável!

Kyle Charlet engenheiro e arquiteto cloud  e Jason Gartner  CTO, discutem aqui como a Economia de APIs permite inovação na velocidade da luz – enquanto ajuda a transição dos negócios de ecossistemas digitais para cognitivos.

Assim como muitas frases associadas com a tecnologia digital, “A Economia de APIs” parece ter significados diferentes para pessoas diferentes. O que essa frase significa sob sua perspectiva?

Kyle Charlet: APIs permitem aos aplicativos e sistemas se conversarem. Existem APIs para consumidores e qualquer pessoa que utilize um dispositivo móvel – sabendo ou não o que é uma API – e há o que chamamos de APIs internas, que uma empresa pode utilizar para trocar dados com suas aplicações dentro de seu próprio ecossistema. Em sua forma elementar, a Economia de API permite aos negócios monetizarem suas APIs e serviços.

Mais do que apenas dinheiro é trocado através das APIs, correto?

Jason Gartner: Está correto. Algo que faz da Economia de API única é que vários tipos de moedas circulam entre desenvolvedores de APIs e consumidores, e nem todos eles envolvem diretamente o dinheiro em espécie. Existem momentos em que um website irá pagar ao provedor alguns centavos todas as vezes que ele precisar utilizar a API. Mas outros tipos monetários também são trocados, por exemplo, o login do Facebook que autentica usuários em tantos outros sites é uma API, e o consumidor da API é o website que oferece essa facilidade de login. A moeda trocada é propaganda gratuita para o Facebook, o que aumenta o valor da sua plataforma porque milhões de usuários agora estão efetuando login em diversos sites todo dia. Definitivamente não há a troca de moeda, mas ocorre uma troca de valores.

Jason, a Economia de API vai dar força à próxima grande transição das empresas, do modelo digital para o modelo cognitivo?

Jason Gartner: Bem, certamente o número de APIs que são chamadas pelas máquinas, em contraposição às chamadas efetuadas pelas pessoas através de um aplicativo no desktop ou dispositivo móvel é exorbitante. Isso significa que uma quantidade gigante de atividade cognitiva está ocupando lugar entre os negócios sem qualquer tipo de intervenção humana direta.

Pense sobre o processo de empréstimo entre uma concessionária de automóveis e um banco. Na maioria dos casos, não há mais uma pessoa envolvida nessa interação. As APIs estão buscando as informações do seguro, da carteira de motorista, os últimos três lugares aonde o comprador morou, atividade em mídias sociais, e muitos outros tipos de dados – tudo simultaneamente. E esses dados não são binários simples, ou booleanos (sim-ou-não), eles são dados cognitivos, com computação mais ágil, criptografia mais forte e terabytes de memória para diminuir a latência, essas transações são mais rápidas e mais seguras do que nunca. Tudo utilizando APIs.

Com o Open Source trazendo tanta inovação e com tantas APIs surgindo no mercado a cada dia, como os negócios vão saber quais APIs irão vingar e quais serão esquecidas daqui a seis meses?

Kyle Charlet: A Economia de APIs não é somente sobre as próprias APIs, mas também como descobrir qual API que se encaixa em seu negócio, seja no presente ou futuro. Os padrões abertos facilitam o trabalho de escolha, pois permite que todos caminhem para o mesmo lugar com poucas dúvidas e isso é muito bom, pois dá segurança e consistência ao ecossistema. Claro, que para aqueles que implementam padrões abertos, sabemos que nem todas as APIs são criadas internamente da mesma forma. Aquelas que são mais usadas tendem a ser as mais confiáveis, se você utilizar três APIs que fazem exatamente a mesma coisa e duas delas estão fora do ar por 10% ou 20% do tempo, você irá naturalmente utilizar a que sempre funciona.

Esse é um ponto de valor importante na proposta que se deve buscar em plataformas de APIs: a confiabilidade.

 

Traduzido e adaptado de: FastCompany

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