É evidente que mulheres enfrentam grandes desafios no mundo da tecnologia e dados sempre ajudam a evidenciar essa questão. Recentemente foi lançado o resultado da pesquisa Elephant in the Valley sobre as condições de mulheres que trabalham em empresas de tecnologia no Vale do Silício. E apesar de ser considerado o principal centro de inovação do mundo, muitas de suas empresas ainda apresentam comportamentos retrógrados que prejudicam as mulheres que almejam uma carreira na tecnologia – setor que passou a ser predominantemente masculino após a computação se tornar um negócio lucrativo nos anos 1980.
A pesquisa foi realizada com mais de 200 mulheres com ao menos 10 anos de experiência, sendo que 77% estão acima dos 40 anos e 75% têm filhos. As entrevistadas detém cargos de influência, sendo funcionárias de startups e grandes empresas como Google, Apple e VMWare. Além das estatísticas, o site da pesquisa abre espaço para que mulheres compartilhem relatos de situações de disparidade de gênero que vivenciaram, abrindo espaço para debate e reflexão sobre o tema.
Mundo API apoia a inserção de mulheres na tecnologia. Por isso, traz a você a tradução dos dados assustadores da pesquisa abaixo. Lembrando também que durante a Semana da Mulher na Tecnologia realizaremos na FIAP Aclimação uma RodAda Hacker, workshop com a temática “Faça seu próprio aplicativo!” voltado para mulheres. Em breve abriremos as inscrições, então fiquem atentos ao nosso site 😉
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Muito dura ou muito mole
84% foram chamadas de muito agressivas (sendo que metade ouviu isso em várias ocasiões)
É difícil para mulheres na tecnologia atingir o equilíbrio correto sem ser vista como muito mansa ou muito áspera
47% foi convidada a realizar tarefas de baixo nível (como pedir comida ou tomar notas, por exemplo) que homens não são solicitados a executar
32% discordam que tenham sido solicitadas a realizar essas tarefas
Sem lugar à mesa
66% se sentiu excluída em uma reunião importante ou de oportunidades para networking por conta de seu gênero
59% sente que não tiveram as mesmas oportunidades que seus colegas homens
90% presenciou comportamento sexista no local de trabalho e/ou conferências do setor
Preconceito inconsciente
88% passou por situações em que clientes/colegas dirigiam a homens questões que deveriam ser abordadas por elas
84% passou por situações em contato visual era realizado com colegas homens e não com elas
87% sofreu comentários humilhantes de seus colegas homens
47% tiveram que realizar tarefas de nível menor sendo que seus colegas homens não foram solicitados a fazer
Impacto da Família
Em entrevistas de emprego, 75% foi perguntada sobre sua vida familiar e status de relacionamento e filhos
40% sentiu a necessidade de falar menos sobre sua família para serem levadas mais a sério
Dentre as que tiraram licença maternidade, 52% encurtaram seu tempo de licença por pensarem que isso impactaria negativamente sua carreira
Assédio sexual
60% das mulheres em tecnologia relataram avanços sexuais não desejados
65% das mulheres que relataram avanços sexuais não desejados receberam avanços de um superior, sendo que metade delas foi assediada mais de uma vez
1 em 3 mulheres sentiu medo por sua segurança pessoal por conta de circunstâncias relacionadas ao trabalho
Resolução?
60% daquelas que reportaram assédio sexual ficaram insatisfeitas com o resultado da ação
39% das que sofreram assédio não fizeram nada por acharem que impactaria negativamente sua carreira
30% não fez acusação formal, pois queria esquecer do ocorrido
29% assinou um acordo de não-depreciação
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E para ficar por dentro do tema, abaixo você pode conferir o Mundo API News: Especial Mulheres na Tecnologia com nossa embaixadora Camila Achutti falando sobre a pesquisa Elephant in the Valley, os avanços na redução da disparidade de gênero na Microsoft e mais detalhes da RodAda Hacker