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Programaria realiza RodAda Hacker para mulheres em São Paulo

“Quantos projetos inovadores estão deixando de existir porque mulheres não programam?”, questiona Iana Chan do coletivo PrograMaria enquanto mais de 20 mulheres participam de uma oficina de programação no Preto Café em São Paulo.

Impossível responder ao questionamento de Iana numericamente, mas o fato de cada vez menos mulheres se matricularem em cursos relacionados à computação é um forte indício da disparidade de gênero no setor. “Em 1990 era cerca de 30% nessas turmas e em 2013 caiu para 15%. Temos um problema de representatividade no setor da tecnologia”, completa Iana Chan.

RodAda Hacker – iniciativa do makerspace Olabi – surge nesse contexto como o ponta pé inicial para o contato de meninas e mulheres a ferramentas tecnológicas. Trata-se de oficinas colaborativas que ocorrem por todo o Brasil voltadas para a disseminação de conhecimento de ferramentas tecnológicas por mulheres. As oficinas foram batizadas em homenagem a Ada Lovelace, condessa que entre 1842 e 1843 criou o que foi considerado o primeiro algoritmo.

A RodAda integrou a agenda da São Paulo Tech Week e o coletivo PrograMaria realizou a edição do evento no último domingo (8), abordando assuntos como HTML, CSS e Java Script. A ideia é que as mulheres que participassem da RodAda saíssem do Preto Café com pelo menos um projeto web page em andamento.

“Eu tenho um negócio digital agora e quero ter mais autonomia, então a programação me dá a liberdade para fazer o que eu quiser no meu projeto”, conta Fernanda Carpegiani, jornalista que participou como aprendiz da RodAda. “Depois que eu descobri que mulheres fizeram coisas incríveis na programação, eu me sinto mais capaz para fazer isso também e me sinto empoderada”, comenta Fernanda, que é co-fundadora do projeto Formiga.me – no qual são publicadas reportagens sobre intervenções urbanas e iniciativas que transformam o espaço público.

Um impedimento inicial para a inserção das mulheres na tecnologia são narrativas culturais que perpetuam a ideia de que este é um setor voltado apenas para homens. Um exemplo é quando na infância meninos ganham para brincar computadores e vídeo games enquanto as meninas recebem conjuntos de panelas e bonecas. “Existe uma barreira cultural que precisa ser trabalhada”, conclui Iana Chan.

Confira abaixo o vídeo da matéria:

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