Uma vida sem padrões definitivamente seria mais complicada e podemos usar diversas comparações para mostrar como as APIs facilitam diversos processos nesse sentido. Uma analogia interessante é com o sistema elétrico de uma casa. Da mesma forma que um aparelho utiliza a eletricidade da concessionária através de uma tomada elétrica, uma aplicação pode utilizar dados ou funcionalidades de um serviço através de uma API. Para ilustrar melhor, se não houvesse plugues, teríamos que ligar os cabos dos aparelhos eletrônicos diretamente nas estruturas elétricas da casa. Para isso, seria necessário possuir as ferramentas específicas para retirar todos os cabos para fora da parede, emendar com o cabo do aparelho a ser utilizado e guardar tudo de novo. Isso sem contar a necessidade de conhecer as especificidades de cada tipo de cabo elétrico e aparelho. Seria uma bagunça imensurável!
Ainda bem que não precisamos fazer nada disso e temos plugues que seguem um determinado padrão. Sendo questão de elétrica ou APIs, as conveniências são nítidas:
Processos simplificados: Sendo compatível com o padrão adotado, qualquer dispositivo pode se conectar a outro sabendo que irá receber sempre o mesmo tipo de recurso através daquela interface. Seja eletricidade em uma tomada elétrica, água em uma mangueira ou dados por APIs, com a adoção de um padrão a preocupação com a forma com a qual o dispositivo receberá a informação deixa de existir, otimizando tempo e trabalho.
Versatilidade: Graças à uma interface padrão, mover um secador de cabelos da sua casa em São Paulo para um hotel no Rio de Janeiro não é muito diferente do que mover ele do seu quarto para o closet. Mesmo se o padrão da interface mudar, no caso de uma viagem internacional, por exemplo, os plugues dos aparelhos podem ser facilmente adaptados. O mesmo acontece com as APIs, trazendo mais versatilidade ao seu sistema.
Camada de abstração a nosso favor: a interface do plugue elétrico é uma camada de abstração do serviço. Isso significa que o aparelho não enxerga aspectos desnecessários como a cor dos cabos na parede ou a forma como a energia elétrica foi gerada (usina hidroelétrica, térmica, solar etc). Independente de fatores econômicos, políticos ou administrativos, enquanto houver eletricidade, os aparelhos irão funcionar, garantindo certa estabilidade e previsibilidade ao usuário.
Considerando então interfaces, as APIs e os benefícios que oferecem para seus consumidores (sites, celulares, computadores e servidores) não são muito diferentes dos que tomadas elétricas dispõem aos aparelhos (computadores, ventiladores etc).
Ainda que as aplicações e os serviços de dados (provedor da API) estejam tão separados a ponto de que um saiba pouco ou quase nada sobre o outro, a interface por onde eles se comunicam segue uma série de padrões (especificações) que permite às aplicações executarem requisições para o serviço e receberem então seus dados e acessarem suas funcionalidades.
Portanto, assim como a eletricidade as APIs podem ser consumidas e, acima de tudo, oferecidas como um serviço ao seguirem determinadas especificações, facilitando a vida de todo um ecossistema de empreendedores e desenvolvedores.